Algumas
semanas atrás eu estava zapeando determinadas músicas até que escutei “I told you I was trouble, you Know I’m not
good” e logo após deram os créditos a Amy Winehouse, nesse momento estagnei
e fiz uma retrospectiva na minha vida. Amy Winehouse não era aquela bêbada, a
locona dos palcos, que gritava dizendo que não queria uma reabilitação? (Vocês se
lembram do single, ne? No rehab, no, no,
no!) Sim, a mesma artista que dizia: Eu não quero uma reabilitação é a
mesma que dizia Eu te disse eu fui o problema, você sabe que eu não estou bem[1],
aquilo intrigou-me e percebi que eu precisava estudar mais sobre quem foi a
Winehouse. E sabe uma coisa que foi
incrível? Ao sair do computador, fui pra direto para a Televisão – esse vício
que preciso me libertar, e que vamos conversar noutro dia – e lá estava
passando documentários sobre a Amy Winehouse. Fiquei extasiada, boquiaberta, e
devorei um por um – e cochilei no último. Contudo consegui digerir e trazer
lições para nós.
Não, eu não
esqueci que esse é um blog cristão. E sim, hoje vamos lembrar-nos da Amy Winehouse.
Em cerca de duas horas de documentário não
me tornei a especialista na cantora, mas busquei me atentar aos detalhes, mas
era um pouco tarde pra isso – confesso – o olhar dela era uma coisa imensamente
triste e ele pedia um abraço, um abraço o qual estava tarde pra ser dado. A
cantora de aparência exótica, com uma péssima fama, e com um single chiclete
totalmente rebelde (não consegui definir outra palavra) confessava a sua
necessidade por ajuda abertamente, contudo só víamos o que queríamos, e o pior
de tudo que essa história não me é estranha.
A música que vou usar aqui é Reheab[2]. Esta
fora composta por ela mesma, e parece mais uma carta, não uma carta dizendo a
todos a negativa de uma recuperação e superação dos vícios de drogas e bebidas.
A música era assim para quem queria ouvir assim. As outras faces da canção Amy
explica que não quer algo que as pessoas criem esperança que ela está mudando
em poucas semanas, e a mesma se diagnostica: eu preciso de amor dos meus
amigos, eu não preciso de uma reabilitação – no sentido de instituição. Ela
queria ajuda. Os olhos dela – nas poucas entrevistas que assisti – gritavam por
ajuda, uma direção sequer. As músicas dela tinham palavras chaves que pediam
ajuda. Contudo só conseguimos lembrar de uma rebeldia e de uma aparência
insana. Não possuo nenhum conhecimento de como foi à vida dela, e de como as
pessoas próximas reagiram a Rehab, porém quero viajar um pouco nesse contorno
que Amy nos deixa.
Há uma mania excessiva de julgamento, há uma
loucura em dizermos quem é bom e quem é ruim, quem merece nossa ajuda e quem
merece nosso desprezo, quem tem cara de revista de ebd (dócil e sorridente [3]) – e
que possivelmente, na nossa mente, o Evangelho dará mais fruto nela – e quem
tem cara de Amy Winehouse, sem jeito, rebelde, drogada e que não quer ajuda. Deus não julga pela aparência (Samuel 16:7),
mas nós cristãos os santarrões continuamos a julgar e analisar quem deve ser
evangelizado e quem não deve ser. Conheço pessoas que gritam por ajuda da
Igreja. Pessoas extremamente feridas por instituições, por relacionamentos
falidos, traumas de infância, pessoas que gritam por diversos motivos, mas em
busca de uma só resposta: por um amor e verdade que emudeçam os seus problemas,
contudo em contraponto estamos localizados numa esquina fazendo uni-duni-tê
para descobrir para quem vamos entregar o folheto hoje! A nossa exposição do Evangelho está rasa,
fraca, seletiva, é como se puséssemos o poder de Deus numa caixinha e usássemos
conforme o nosso bel prazer.
Para de julgar, para de criar critérios para
se achegar ao outro, para de fazer um medidor de pecado. Todos pecamos (Romanos
3:23). O Evangelho é um mendigo contanto a outro onde encontrar pão. Gostaria de lançar uma pergunta final, você
ora por artistas? Artistas ditos em nosso meio como “seculares”, você ora por
eles?
O Evangelho é
para todos – repita essa palavra o quanto for necessário: todos, todos,
todos...
Marcos
10:23-27
“Jesus então olhou para os seus discípulos, que estavam em volta dele, e disse:
- Como é difícil os ricos entrarem no Reino de Deus!
Quando ouviram isso, os discípulos ficaram espantados, mas Jesus continuou:
- Meus filhos, como é difícil entrar no Reino de Deus! É mais difícil um rico entrar no Reino de Deus do que um camelo passar pelo fundo de uma agulha. Quando ouviram isso, os discípulos ficaram espantadíssimos e perguntavam uns aos outros:
- Então, quem é que pode se salvar?
Jesus olhou para eles e disse:
- Para os seres humanos isso não é possível; mas, para Deus, é. Pois, para Deus, tudo é possível.”
- Espírito Santo, dá-nos sensibilidade.
Obrigada por tudo -
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