É da minha conta?

Essa semana o post saiu com um pouco de atraso, mas estamos por aqui ainda! Rs.

Hoje eu quero falar rapidinho com vocês sobre um assunto que tem nos incomodado a muito tempo: a apatia da igreja sobre as questões políticas e sociais do nosso país. É comum ouvirmos discursos em que cristãos afirmam que não devemos nos "meter" no que está acontecendo, afinal, não somos deste mundo e as coisas daqui estão sob controle do inimigo. 

Ai fica a questão: será que isso realmente não é da minha conta? Será que o ser cristão me permite estar longe de tudo o que diz respeito a sociedade? E se devo intervir na sociedade, de que forma devo fazer isso? Lutando pela garantia dos direitos de toda a população (principalmente aquela parcela que tem diariamente seus direitos negados) ou impondo os meus dogmas e crenças?

Eu não lembro de alguma vez termos falado disso aqui no blog, não é muito comum também termos discussões do gênero dentro das igrejas, mas no dia 20 de agosto desse ano, nós da Cia Casa de Davi promovemos uma roda de conversa em nossa igreja com o tema: O cenário político do país e seus efeitos na viabilização dos direitos do cidadão. 



Convidamos Magali Silva, recém formada em Serviço Social, para trazer algumas contribuições sobre o tema e tentamos estabelecer um diálogo sobre o tema proposto. Posso dizer que foi uma das experiências mais enriquecedoras que já tivemos na Cia no que diz respeito ao social. A gente sempre conversa sobre política e assuntos voltados à sociedade, mas nunca havíamos reservado um tempo especificamente para isso. 

Conversa vai, conversa vem, Magali, que não é cristã, nos perguntou algo mais ou menos assim: eu sempre ouço cristãos falando que não precisam se meter ou intervir no que acontece na sociedade, por que vocês não são desse mundo e que o controle é do diabo e tal... Como isso funciona para vocês?

Nós respondemos de acordo com a nossa própria vivência, de que dentro do meio evangélico existem várias vertentes e que apesar de acreditarmos no mesmo Deus e sermos seguidores de Cristo, em muitas situações a fala de um cristão Batista, por exemplo, não abrange a opinião de cristãos da Assembleia de Deus ou da Deus é Amor

Chegamos a conclusão de que, enquanto cristãos, não podemos nos eximir de nossa responsabilidade social. Que se os direitos da população tem sido negados, nós não podemos nos calar e só orar, até por que, a oração é a junção do conversar/se relacionar com Deus e da ação! 

E se aprendemos com Cristo que devemos amar ao nosso próximo como a nós mesmos (Marcos 12.31), o nosso amor também se manifesta nessa luta, na sensibilidade pela dor do outro. 
Como posso estar satisfeita em ser igreja dentro das minhas quatro, lindas e confortáveis paredes? Como posso me calar se existem pessoas que estão desempregadas, que tem fome ou que estão nas ruas aprisionadas às drogas? 
Muito além de levar a mensagem da Cruz a essas pessoas, preciso assumir o compromisso de fazer com que os direitos a elas garantidos sejam de fato efetivados. 
A religião que Deus, o nosso Pai aceita como pura e imaculada é esta: cuidar dos órfãos e das viúvas em suas dificuldades e não se deixar corromper pelo mundo. Tiago 1:27

Quem são os órfãos e as viúvas de nosso tempo e o que temos feito por eles? Será que somente entregar a sopa ou o agasalho uma vez por mês (e olhe lá) debaixo do viaduto é suficiente? Vamos pensar sobre isso. 

É um choque perceber o quanto a igreja tem se ausentado nesse sentido e o quanto somos mal representados no que diz respeito a chamada Bancada Evangélica
Como posso me calar diante da possibilidade do restabelecimento de uma ditadura no Brasil, que tipo de igreja sou eu que me calo diante das injustiças sociais?

NÃO PODEMOS NOS CALAR, somos IGREJA e somos CIDADÃOS. É da minha conta sim!

Recentemente conheci uma página incrível que sempre disponibiliza textos e posts relacionados a política e a lutas de minorias voltado ao público cristão, o nome da página é Cristãos de Esquerda. Mesmo que você não se considere de esquerda, vale a pena dar uma conferida no conteúdo da página e entender mais ou menos sobre o que eu estou falando. 



- Eu espero que tenha conseguido passar mais ou menos a minha visão sobre o assunto e espero que possamos trocar uma ideia nos comentários ou na aba contato. Fiquem a vontade, vamos interagir!
Fiquem com Deus.

Unknown

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